Resenha dupla: Montanha - russa e Pensar é transgredir
Título: Montanha -Russa - Crônicas
Autor (a): Martha Medeiros
Editora: L&PM
Número de paginas: 214
Editora: L&PM
Número de paginas: 214
"Eu não gosto de montanha- russa, o brinquedo, mas gosto de montanha-russa, a vida. Isso porque creio possuir um certo grau de responsabilidade que me permite saber até que altura posso ir e que tipo de tombo posso levar sem me machucar demasiadamente: alto demais não vou, mas ficar no chão o tempo inteiro não fico."
E é por meio de mensagens como essa da crônica "Felizes para sempre" que Martha Medeiros nos conduz pelo seu livro, nos convidando a cada nova história, refletir, rir, se enternecer. Composto por 100 crônicas publicadas pela autora entre setembro de 2001 e agosto de 2003 pelo jornal Zero Hora e no site Almas Gêmeas, sua escrita fluida passa - nos a impressão de estarmos falando com ela frente a frente, como numa conversa de amigos. E não raro, confidencia - nos fatos da própria vida, como se fôssemos realmente alguém muito próximo dela. É essa proximidade com o leitor que possibilita uma leitura leve e uma cadência que, quando você vê, terminou o livro! E ainda fica aquele gosto de quero mais.
Alguns Trechos:
"Fizeram a gente acreditar que só há uma forma de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que poderíamos tentar outras alternativas menos convencionais."
"Tatuagens definitivas costumam ser mais definitivas do que uma grande paixão.[...]Portanto, é mil vezes preferível tatuar o nome da mãe. Ou do nosso time. Ou do nosso cão.[...] Para minimizar os riscos, eu tatuaria Forever Myself. E torceria para que esse amor, sim, não acabasse nunca."
Autor (a): Lya Luft
Editora: Record
Número de páginas: 185
"Para reinventar - se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo. [...]
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador [...]. Sem ter programado, a gente para para pensar. "
As crônicas que compõem este livro são um misto de algumas que foram publicadas no jornal, outras avulsas ou que apenas foram salvas no computador, sendo algumas escritas especialmente para o livro.
Este livro é um convite, do início ao fim, da autora para que possamos fazer exatamente aquilo que o trecho acima sugere: Pensar. Como a própria diz, pensar é transgredir. Lya Luft, a cada crônica, faz - nos pensar, seja sobre nós, seja sobre os outros, a querer quebrar rótulos, sorrir com acontecimentos que podemos nos identificar ou com fatos que podem chegar ao ridículo, e esclarece uma das perguntas que, segundo ela, é uma das mais feitas: porque ela escreve. Mas acima de tudo, esse livro não defende só que pensemos, mas que amemos e que sejamos amados, pois como ela própria diz na crônica que dá nome ao livro: "para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar - se. Ter esperança, qualquer esperança."
Alguns trechos:
" Viver, como talvez morrer, é recriar - se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes executada."
"Ambivalentes como nós, palavras preparam armadilhas ou abrem porta de sedução. Embalam ou derrubam, enredam em doces laços, ou nos matam dolorosamente - como punhais."
"Mas "perfeito" é uma palavra tola: perfeição, só no céu de todas as utopias. Aqui, nesta nossa terra nada utópica, perfeito me pareceria um pouco entediante: como, nada a reclamar, tudo assim direitinho? "
Conclusão
A pergunta de quem vir este blog vai ser: porque apresentar estes dois livros juntos? Inicialmente, quando ambos foram pegos para serem lidos, não existia uma perspectiva de algo em comum entre eles. Mas na leitura consecutiva de cada um, percebeu-se vários pontos em comum. Além do fato de cada livro ter sido escrito por mulheres, as duas escritoras transforam seu livro em instrumento para fazer aquele que o lia olhar ao seu redor e pensar. E o mais incrível é que, mesmo sendo as duas obras já de edições mais antigas, as crônicas se mantiveram atualíssimas. Pode-se assim dizer, em linhas gerais, que a obra dessas duas mulheres é atemporal.
Conclusão
A pergunta de quem vir este blog vai ser: porque apresentar estes dois livros juntos? Inicialmente, quando ambos foram pegos para serem lidos, não existia uma perspectiva de algo em comum entre eles. Mas na leitura consecutiva de cada um, percebeu-se vários pontos em comum. Além do fato de cada livro ter sido escrito por mulheres, as duas escritoras transforam seu livro em instrumento para fazer aquele que o lia olhar ao seu redor e pensar. E o mais incrível é que, mesmo sendo as duas obras já de edições mais antigas, as crônicas se mantiveram atualíssimas. Pode-se assim dizer, em linhas gerais, que a obra dessas duas mulheres é atemporal.
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