Desafio do Ano I : livro " Os Lusíadas"
Qualquer pessoas, seja ela leitora ou não já deve der ouvido falar deste livro. E quem é leitor, deve, ou não, saber da fama dele." Os Lusíadas " é considerado um clássico da língua portuguesa. Seu autor é Luis de Camões, um portugues.
Agora vem a pergunta: por que desafio do ano?
Por se tratar de um clássico, e ainda mais por ser do século XVI, ele possui uma escrita muito rebuscada. Nem um dicionário por perto pode salvar. Admito que lê -lo não foi nada fácil. Levei mais de um mês e meio para conseguir completá-lo! Minha sorte foi ter conseguido uma edição comentada, ou seja, a cada estrofe havia um auxílio para que se pudesse entender o que se estava lendo. Mesmo não sendo fácil, tenho que ressaltar que não é impossível. E mais: "Os Lusidas" é um livro realmente bom. Ok, falei da dificuldade dele, do tempo que levei lendo, mas quem não conhece o livro deve estar perguntando: " qual o assunto do livro, afinal de contas?" " Os Lusiadas" trata da viagem empreendida por Vasco da Gama e sua tripulação até as Índias, incluindo também todos os percalços pelos quais passaram durante o caminho de ida. E por ser um livro do século XVI, época do Renascimento, possui muita influência das literaturas grego - romanas, ou seja, mito.
Durante todo o caminho, as embarcações de Gama levam a crença no Deus católico, mas sofrem o tempo inteiro interferências do deus Baco, que não quer que os portugueses cheguem até a Índia pois sente que a crença que os indianos têm nele pode ser abalada. E o tempo inteiro são protegidos por Vênus.
Os Lusíadas não é um livro de composição comum . Ele na verdade é um poema épico, composto por 10 cantos de extensão irregular (os maiores são os cantos IV e V). A organização dele é a seguinte:
Cada canto possui um número específico de estrofes, mas sem uma extensão definida a todos.
Canto I :
Primeira parte = Introdução-estrofes 1 a 18, compostas por:
*Proposição( estrofes 1 a 3): o poeta anuncia o tema de seu canto - os grandes feitos dos heróis lusitanos
*Invocação (estrofes 4 a 5): os épicos gregos e latinos pediam inspiração às Musas. Camões invoca as Tágides (ninas do Tejo - palavra criada pelo humanista André de Resende)
*Dedicatória: ao rei Dom Sebastião -rei na época em que foi escrito o poema.
Primeira parte = Introdução-estrofes 1 a 18, compostas por:
*Proposição( estrofes 1 a 3): o poeta anuncia o tema de seu canto - os grandes feitos dos heróis lusitanos
*Invocação (estrofes 4 a 5): os épicos gregos e latinos pediam inspiração às Musas. Camões invoca as Tágides (ninas do Tejo - palavra criada pelo humanista André de Resende)
*Dedicatória: ao rei Dom Sebastião -rei na época em que foi escrito o poema.
Segunda parte = Narração- estrofe 19 do canto I à 144 do canto X
*Concílio dos deuses
*No meio da viagem: oceano Índico
*Acidentes atribuídos a Baco/intervenções salvadoras de Vênus
*Chegada a Mombaça
*Concílio dos deuses
*No meio da viagem: oceano Índico
*Acidentes atribuídos a Baco/intervenções salvadoras de Vênus
*Chegada a Mombaça
Canto II :
*Traição do rei de Mombaça
*Intervenção de Vênus
*Profecia de Júpiter
Em Melinde:
*O rei de Melinde pede a Vasco da Gama que lhe conte a história de Portugal
*Traição do rei de Mombaça
*Intervenção de Vênus
*Profecia de Júpiter
Em Melinde:
*O rei de Melinde pede a Vasco da Gama que lhe conte a história de Portugal
Canto III :
Início do discurso de Vasco da Gama
*História dos reis de Portugal- do Conde Dom Henrique a Dom Fernando
-"Batalha do Salado" (episodio)
-"Inês de Castro" (episódio sobre o assassinato da amante de D. Pedro I)
Início do discurso de Vasco da Gama
*História dos reis de Portugal- do Conde Dom Henrique a Dom Fernando
-"Batalha do Salado" (episodio)
-"Inês de Castro" (episódio sobre o assassinato da amante de D. Pedro I)
Canto IV :
*História dos reis de Portugal: de Dom João I a Dom Manuel
-"Batalha de Aljubarrota" (episodio)
- Conquista de Ceuta
-Sonho profético de D. Manuel
*Preparativos da viagem (Belém)
-"O velho do Restelo" (episódio)
*História dos reis de Portugal: de Dom João I a Dom Manuel
-"Batalha de Aljubarrota" (episodio)
- Conquista de Ceuta
-Sonho profético de D. Manuel
*Preparativos da viagem (Belém)
-"O velho do Restelo" (episódio)
Canto V :
*Partida de Lisboa
*Incidentes da viagem (costa ocidental da África)
*Cabo das tormentas:
-" O gigante Adamastor" (episodio)
*Em Melinde
*Partida de Lisboa
*Incidentes da viagem (costa ocidental da África)
*Cabo das tormentas:
-" O gigante Adamastor" (episodio)
*Em Melinde
Canto VI :
*Partida de Melinde
* Segundo Concílio dos deuses
*História a bordo:
-"Os doze de Inglaterra" (episódio)
*Tempestade Marítima
* Segundo Concílio dos deuses
*História a bordo:
-"Os doze de Inglaterra" (episódio)
*Tempestade Marítima
Canto VII :
*Chegada a Calcutá
*Descrição da Índia
*Visita do Catual -representante do rei da Índia
*Chegada a Calcutá
*Descrição da Índia
*Visita do Catual -representante do rei da Índia
Canto VIII :
*Diálogo entre o Catual e Paulo da Gama -irmão de Vasco: as bandeiras
*Baco instiga os indianos contra os portugueses
*Prisão de Vasco da Gama
*Resgate
*Diálogo entre o Catual e Paulo da Gama -irmão de Vasco: as bandeiras
*Baco instiga os indianos contra os portugueses
*Prisão de Vasco da Gama
*Resgate
Canto IX :
*Viagem de regresso:
-" A Ilha dos Amores" (episódio)
*Viagem de regresso:
-" A Ilha dos Amores" (episódio)
Canto X :
( "A Ilha dos Amores"- continuação)
*O banquete das ninfas
*Profecia de uma ninfa: os futuros feitos dos portugueses
*Tétis mostra a Vasco da Gama a "Maquina do Mundo"
*Regresso a Portugal
( "A Ilha dos Amores"- continuação)
*O banquete das ninfas
*Profecia de uma ninfa: os futuros feitos dos portugueses
*Tétis mostra a Vasco da Gama a "Maquina do Mundo"
*Regresso a Portugal
Parte III do poema: Epílogo (fim do canto X)
Lamentações e exortações do Poeta
Lamentações e exortações do Poeta
*Para quem não conhece o poema e não conhece como é a escrita dele, vou deixar aqui uma estrofe e a sua referida paráfrase:
Epílogo (estrofe 145 do canto X):
No mais, Musa, no mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
De uma austera, apagada e vil tristeza.
No mais, Musa, no mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
De uma austera, apagada e vil tristeza.
Paráfrase:
Não posso cantar mais, Musa, não posso, porque tenho a lista desafinada e a voz enrouquecida, e não por causa do longo canto, mas por perceber que estou cantando a uma gente surda e indiferente. A pátria não me dá o aplauso, com que mais se inflama a inspiração, porque ela está mergulhada no gosto da cobiça e no mau humor de
uma tristeza austera, desanimada e vil.
Não posso cantar mais, Musa, não posso, porque tenho a lista desafinada e a voz enrouquecida, e não por causa do longo canto, mas por perceber que estou cantando a uma gente surda e indiferente. A pátria não me dá o aplauso, com que mais se inflama a inspiração, porque ela está mergulhada no gosto da cobiça e no mau humor de
uma tristeza austera, desanimada e vil.
E então? O que achou? Acha que vale a pena ler esse poema? Eu li e recomendo. As vezes é bom passarmos um pouco de trabalho em um livro para aprimorarmos nosso senso crítico e nosso gosto. E quem já leu aí, gostou? Não ? Se quiser se manifestar, fique à vontade! Experiências existem para serem compartilhadas!
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